Representantes do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) e da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) estiveram na Câmara Municipal de São Gabriel do Oeste, nesta sexta-feira (26) , para esclarecer sobre conteúdo de matérias veiculadas em jornais do Estado, que apontava irregularidades na qualidade da água do município. Com base em análises, os especialistas desmentiram as afirmações da reportagem e as classificaram como \"inverídicas\", alegando que a água mantém os níveis estabelecidos pela Norma de Potabilidade do Ministério da Saúde, sendo assim, própria para o consumo.
Acompanhado do presidente do SAAE, Lucio Lagemann, o professor da UFMS, Giancarlo Lastória, fez uma apresentação detalhada com todo conteúdo da pesquisa, citada como fonte nas matérias veiculadas. Ele desmentiu resultado de \"níveis elevados de metais\" nas análises de água do Aquífero Guarani, esclarecendo que as amostras foram captadas exclusivamente em poços e piezômetros rasos, perfurados no Aquífero Cenozóico.
Proposta pela Câmara Municipal, com objetivo de esclarecer rumores de que a água da cidade estaria contaminada, a reunião contou com a presença dos vereadores Fernando Rocha, Luizinho do Ferro Velho, Rogerio Rohr, Vagner Trindade e do presidente, Valdecir Malacarne, além de autoridades do município, como o prefeito Jeferson Tomazoni e a secretária de saúde, Michele Pauperio.
Em resposta à matéria publicada pelos veículos de comunicação, o professor Giancarlo Lastoria ainda apresentou nota, assinada juntamente com a professora Sandra Garcia Gabas, também da UFMS, na qual apresenta esclarecimentos complementares aos teores já publicados.
\"Cabe fazer ressalva que Aline Assunção Souza e Camila Dourado Machado não são professoras da UFMS e, na época eram alunas, respectivamente mestranda em Tecnologias Ambientais e acadêmica de Engenharia. Também não é correto afirmar que a pesquisa foi \"\"encomendada\"\"; trata-se do trabalho de dissertação da mestranda, sob orientação do professor Giancarlo, cuja síntese foi publicada na Revista citada matéria\", diz trecho do documento.
A nota de resposta também esclarece que \"não está correta a afirmação de que os metais chumbo, arsênio, e selênio foram detectados em teores mais elevados que a norma de potabilidade no Aquífero Guarani\". Diz ainda que no artigo publicado pela revista, \"não se constata nenhum tipo de afirmação como falsamente alarmado no título da reportagem\". Vale lembrar, que no título da matéria, os jornais diziam: \"\"População de São Gabriel do Oeste corre risco de vida\".
De acordo com o professor, o estudo apontado na matéria estava voltado aos Aquíferos e necessitaria de análises complementares, em todos os poços do município, para resultado mais detalhado. Já o SAAE esclareceu que realiza semestralmente análises periódicas com amostras de todos os poços. \"As amostras são encaminhadas para Institutos fora do Estado desde 2002 e sempre estiveram em conformidade com as normas de Potabilidade\", disse a responsável pelo laboratório da SAAE, Magda Callegaro.
Outro ponto esclarecido, foi sobre a possibilidade de níveis elevados de metais em poços mais rasos. Neste caso, o SAAE afirmou que todos possuem filtros com revestimento seguro. \"Testes complementares são feitos inclusive com agrotóxicos que não são obrigatórios pela norma de potabilidade, e também não apresentaram problemas\", complementou Magda. Cópias dos relatórios que comprovam conformidade com a portaria de potabidade também já haviam sido disponibilizadas à Câmara Municipal.