Encontrar mecanismos para otimizar o processo de triagem, valorizar o trabalho dos catadores, garantindo ainda, a preservação do meio ambiente e o cumprimento das leis vigentes, são objetivos que levaram vereadores da Câmara Municipal ao aterro sanitário de São Gabriel do Oeste, na manhã desta quarta-feira (7). Em reunião com os colaboradores da COOPERASGO (Cooperativa Regional de Coleta Seletiva e Reciclagem) e com o secretário de desenvolvimento econômico, Lucio Lagemann, eles discutiram os principais problemas do setor e sugeriram propostas de soluções.
Representado a Câmara Municipal, estavam presentes os vereadores Angelo Mendes, Fernando Rocha, Luizinho do Ferro Velho, Rogerio Rohr, Rose Pires, Vagner Trindade, e o presidente, vereador Valdecir Malacarne. Todos ouviram as demandas apresentadas pelos cooperados e, em seguida, sugeriram possíveis medidas a serem adotadas no local.
A reunião refletiu as experiências adquiridas pelos vereadores e cooperados durante visita ao aterro sanitário de Costa Rica, na semana passada. Admitiram, por exemplo, que em São Gabriel do Oeste a estrutura é melhor, porém a quantidade de resíduos é maior e o modelo de coleta de recicláveis também é inferior.
De modo geral, os problemas mais citados por parte dos cooperados foi em relação aos recursos. Em média, recebem cerca de R$ 28 mil por mês, de repasse da prefeitura, e ficam com o valor das vendas dos reciclados. Segundo eles, o valor é insuficiente, já que além do pagamento dos colaboradores, arcam com despesas como manutenção de máquinas e transporte para venda do material selecionado. De salário, estaria sobrando cerca de R$ 800, para cada.
Os vereadores apontaram a importância da valorização profissional, especialmente pela dificuldade do serviço e pelos benefícios ecológicos advindos da reciclagem. Também sugeriram a contratação de um administrador, considerando que o presidente da cooperativa pode estar sobrecarregado, impedindo melhor gestão e organização.
Em relação ao salário, o secretário Lucio Lagemann informou que a Prefeitura estuda uma forma de aumentar os repasses, porém, a cooperativa deveria apresentar uma contrapartida, como melhor organização e produção. Segundo o secretário, análises também estão sendo feitas com base no contrato em vigor. Dados como atrasos, faltas, produtividade e despesas estão sendo revisados, como forma de implementar melhorias na renovação contratual.
O secretário também garantiu que investimentos continuam sendo feitos para adequar e dar maior eficiência no aterro. Para este ano, inclusive, estaria prevista a ampliação do barracão onde é feita a triagem. A possibilidade de transferência para uma nova área, também está em fase de estudos, segundo Lucio.
Segundo o presidente da Câmara Municipal, o envolvimento dos vereadores visa estreitar a relação com os cooperados, de modo a entender as principais necessidades. “Esta é a primeira reunião. Tenho certeza que inúmeras outras devem ser feitas. Essa atuação conjunta entre Legislativo, Executivo e cooperados é justamente para encontrarmos soluções mais rápidas e eficazes, juntos. Vemos boa vontade de todos os lados, precisamos apenas adequar isso. A sociedade pede e a melhora do lixão trará benefícios para todos”, avaliou.
Sistema de triagem - Conforme explicado pelos cooperados, o lixo bruto chega em caminhões de coleta e é passado pela esteira, onde inicia-se a separação. Manualmente, eles abrem os sacos e retiram todo material reciclável possível. Os rejeitos , juntamente com a matéria orgânica, segue até o fim da esteira, onde é colhido pela empresa responsável pela compostagem.
Nesta etapa, o material orgânico é separado e transformado em adubo no processo, e a empresa fica responsável pela destinação do rejeito final. Segundo o proprietário da empresa, esse material é encaminhado para incineração na Capital. Já o adubo, sem ônus, é distribuído para as escolas e projetos da Prefeitura.
Coleta seletiva- A coleta seletiva implica em maior aproveitamento dos materiais recicláveis, já que, colhido separadamente do lixo orgânico, permite maior eficiência na separação e a destinação correta. Basicamente, para fazer isso, os moradores apenas precisam separar lixo orgânico (comidas e bebidas em geral, papel higiênico, etc), dos materiais secos (vidros, plástico, papelão, metais).